Psicoterapia Reichiana
A abordagem terapêutica reichiana tem sua origem no desenvolvimento da técnica psicanalítica usual. São ressaltados os aspectos da dinâmica transferencial e privilegia-se, além dos conteúdos verbais, as atitudes do paciente como um todo, incluindo nisto o modo habitual de se comportar, os gestos, tensões musculares, posturais corporais, traços que compõem, segundo Reich, a "couraça caracterológica" do paciente, manifestada psíquica e corporalmente.
A partir de pesquisas clínicas, Reich reconheceu os limites da técnica psicanalítica da época. Após anos de pesquisas, descobriu que o trabalho analítico deveria aliar à dimensão verbal, intervenções somáticas específicas que promovessem, de fato, a dissolução de diferentes quadros patológicos.
Em suas pesquisas sobre as bases somáticas da neurose e como elas poderiam ser dissolvidas no tratamento terapêutico, Reich também descobriu que, para curar um paciente, além do “tornar aquilo que está inconsciente consciente” (princípio tópico), a dinâmica energética deveria ser mobilizada. A mobilização desta energia denomina-se desencouraçamento e está sempre associada à análise verbal de conteúdos psicodinâmicos apresentados ao longo da terapia. Vale salientar que todo processo terapêutico é baseado no diagnóstico (psicodinâmico, caracterológico, corporal e energético), bem como no projeto terapêutico, que será reavaliado durante todo o tratamento.
Abordagens e técnicas utilizadas
Utilizo em meu trabalho inúmeras técnicas de intervenção corporal, tais como:
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Exercícios específicos chamados actings que possibilitam a ativação de memórias reprimidas somaticamente (incluindo as intra-uterinas) e o trabalho direto sobre elas;
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Trabalhos expressivos, sonoros, de tonificação, de relaxamento, de alongamento;
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Trabalhos com a respiração; segundo Reich, todo quadro emocional conflitivo vem acompanhado de algum nível de perturbação respiratória, a qual pode envolver alterações musculares a nível torácico ou diafragmático. Este tipo de trabalho possibilita a dissolução e o tratamento de desordens psicossomáticas associadas a perturbações de ordem respiratória.
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Vivências; visualização associadas a movimentos e posturas corporais específicas etc.
Em geral, todas as técnicas são utilizados no contexto terapêutico com o objetivo de facilitar a elaboração de conteúdos ansiogênicos reprimidos, bem como a liberação de impulsos emocionais e energéticos ligados à couraça muscular.
Terapêuticas complementares
Procuro incorporar, quando necessário, recursos de diferentes modalidades e escolas terapêuticas, bem como de descobertas mais recentes no campo das psicoterapias, que podem ser interegradas ao setting clínico da psicoterapia reichiana, possibilitando resultados mais efetivos em determinados quadros clínicos.
Algumas dessas abordagens complementares são o Psicodrama, a Programação Neuro-Linguística, Hipnose Ericksoniana, e trabalhos específicos destinados ao reprocessamento de traumas, como a estimulação ocular associada à foto-estimulação cromática, entre outros.
Destaco a abordagem complementar utilizada denominada Somatic Experiencing®, criada por Peter Levine, Ph.D. em Psicologia e Biofísica Médica. Constatamos, pela experiência clínica, que esta abordagem, quando aliada à metodologia clínica proposta pela Psicoterapia Reichiana, torna-se um poderosa ferramenta no tratamento do trauma e outros quadros de perturbação nervosa.
Você pode ler um pouco sobre esta abordagem clicando aqui.
Ao ampliar a gama de abordagens clínicas e técnicas terapêuticas, temos a possibilidade de abordar um espectro maior de estados psicoemocionais, situações conflituosas e sintomas.